O ser humano que sempre se achou
acima do bem e do mal;
Com suas máquinas mortíferas
apontadas para cada animal,
viu-se nessa pandemia, num dilema:
Como acertar a pontaria
nesse vírus/ser invisível e mortal?
O ser humano, que há muito tempo
se acha superior a todos os outros seres viventes,
não parecia acreditar que um dia fosse forçado a parar,
e ver seus semelhantes tão alarmadamente doentes.
O ser humano, que com sua medíocre pretensão,
achou que a tudo dominava,
desfez da ciência e da religião.
Fez do lucro sua única crença,
e o ar de superioridade, aos quatro cantos, bradava.
Viu-se, de repente, acovardado,
por um bicho invisível, dominado.
Mas aos seus semelhantes pobres continuou a explorar.
E ainda não caiu a ficha de que todas as formas de vida
têm seu prestígio e seu lugar.
Será que este ser será um dia capaz de fazer avaliação,
de toda sua exploração e o mal que ela causou?
Estará disposto a pagar?
Quem sabe o preço seja a extinção da espécie humana…
Mas o lucro jamais cederá o seu lugar!?
Se a fênix renasce das cinzas,
que lição podemos tirar dela, agora?
Seria a humanidade capaz de autorreflexão?
A resposta pode ser dura,
mas me agarro à utopia e sigo pela vida afora,
pensando nas muitas formas de vida
ignoradas pela multidão.